Se é um apaixonado por espécies cinegéticas, nomeadamente pelas aves mais raras, sabia que não tem necessidade de ir para junto de uma estrada e «fazer figas» para que uma perdiz vermelha faça a sua aparição? Há quintas que se dedicam a criar condições para que a espécie viva em ambiente natural e seguro e que costumam programar visitas aos locais onde é possível apreciá-las.
A perdiz vermelha integra o programa de gestão cinegética e é possível encontrá-la em qualquer ponto do país, durante todo o ano.
A perdiz vermelha está bem distribuída por todas as regiões
A perdiz pode ser observada nas serras de Fafe, da Estrela, Miranda do Douro, estuário do Tejo, barragem da Póvoa, entre outros locais. No caso da perdiz vermelha, esta espécie vive em grupo. Por essa razão, é um alvo fácil para caçadores, que encontram estas aves em várias localidades, podendo colocar, assim, em causa a sua sobrevivência.
Por esta razão, centros como a Quinta dos Penedinhos dedicam-se à gestão e preservação da perdiz vermelha, propiciando o seu habitat natural para que no futuro a sua atividade cinegética não fique comprometida. Estas entidades têm visitas guiadas no âmbito da sua política de educação ambiental e sensibilização para a preservação das espécies.
A perdiz é uma espécie gregária, pois anda em bando, sobretudo a partir do fim da primavera e até ao início do Inverno.
A perdiz vermelha tem um aspeto arredondado e várias cores. O topo da cabeça é cinzento e tem uma faixa branca que contorna os olhos e vai até à barra peitoral. A garganta é de cor creme e tem uma faixa branca. Os pés e bico são vermelhos.
As zonas agrícolas, com pontos de água e próximas de áreas florestais, são as áreas preferidas para se alimentarem. Outra curiosidade interessante é que recorrem ao mimetismo como arma de defesa. Como o voo é relativamente baixo e curto, devido ao seu peso, não é muito usado para fugir. Os maiores predadores da perdiz são a raposa, o gato-bravo, o javali e algumas aves de rapina. Também os animais domésticos, como cães e gatos, gostam de atacar os ninhos da perdiz e acabam por arrasar ninhadas inteiras.
A ação do ser humano também não tem contribuído para a renovação da espécie, pois é comum os agricultores destruírem involuntariamente alguns ninhos durante a sua atividade agrícola, devido ao uso dos tratores e outras máquinas por ocasião do corte das sementeiras.
Nesta espécie, o macho é um elemento muito importante, pois defende o território onde se encontra instalado o ninho. De destacar que a perdiz é uma ave monogâmica que gosta de percorrer zonas agrícolas planas e com pouca vegetação para avistar os seus predadores. Também as zonas de caminhos rurais e muros com vegetação são excelentes abrigos e locais férteis em alimento. Daí, ser possível encontrar perdizes, nomeadamente a perdiz vermelha em zonas mais movimentadas, longe das reservas naturais.
No caso português, a preservação da espécie ainda está em valores normais. Para tal, muito tem contribuido a ação de proprietários e associações de caçadores e outros dedicados a conservar o habitat da perdiz vermelha e a controlar a pressão cinegética sobre esta espécie, não esquecendo os centros de criação de perdiz vermelha de qualidade com competências evidenciadas na área do repovoamento.