Criação de coelhos respeita ecossistema natural

O coelho é considerado uma das espécies portuguesas com maior importância no ecossistema, graças à grande facilidade de reprodução e à elevada dimensão que as populações conseguem atingir. O coelho-bravo, em particular, sempre se revelou uma espécie muito abundante na Península Ibérica, tendo, no entanto, apresentado um forte declínio das suas populações a partir da década de 50, quando surgiu uma doença denominada mixomatose que foi indevidamente propagada, depois de um médico bacteriólogo ter utilizado um medicamento que visava exterminar os coelhos que danificavam a sua propriedade. Esta situação piorou quando, em 1980, surgiu a chamada doença hemorrágica viral, que veio, mais uma vez, aumentar fortemente a taxa de mortalidade do coelho-bravo – sabendo-se que, desde então, existem apenas cerca de 35% dos coelhos-bravos que se registavam antes do surgimento destas patologias. É precisamente neste contexto que a criação de coelhos, quando realizada de forma eficaz e sustentada, pode respeitar e promover o ecossistema natural, procurando manter uma espécie que continua a ser essencial na cultura, na gastronomia e na economia do país.

Especificidade dos coelho-bravo

O coelho-bravo é uma espécie bastante caraterística dos ecossistemas mediterrânicos, ainda que se espalhe largamente por outros pontos geográficos – já que este animal normalmente se instala em locais onde exista grande variedade e quantidade de alimentos e disponibilidade de cobertas vegetais de protecção contra os predadores e as condições atmosféricas adversas. É, por isso, habitual encontrar o coelho-bravo em matos, locais de pastagem e espaços com elevadas densidades.

O coelho-bravo vive em colónias, sendo bastante dependente da comunidade criada, nunca se afastando mais de 300 metros das suas tocas, o que acaba por promover não só a reprodução natural como a criação desta espécie animal, sendo que a capacidade reprodutiva é, em qualquer um destes ambientes, potenciada pela temperatura, pela precipitação e pela qualidade do alimento disponível.

Apesar de se alimentar especialmente de plantas herbáceas e arbustos, o coelho-anão varia a sua alimentação de acordo com a estação do ano e o local, sendo a vegetação com elevado teor em proteínas essencial para o arranque da reprodução das fêmeas adultas e para o desenvolvimento dos juvenis – que acabam por falecer caso a sua alimentação não seja rica e em considerável quantidade.

O coelho-bravo apresenta um período de gestação que ronda os 28 a 30 dias, sendo habitual que cada fêmea tenha uma média de duas a quatro ninhadas por ano, nascendo em cada uma até sete láparos – o que vai obrigar a estadia em locais que possam fornecer, então, uma alimentação completa a toda a população residente.

A criação de coelho é, então, uma excelente forma de se garantir a continuidade da espécie, com total garantia para com a sua sustentabilidade, sendo ainda um potenciador da importância que este animal tem não só para a caça mas também para a economia nacional.

Apesar de ser um animal bastante dominante, o coelho-bravo está sujeito a uma série de ameaças que comprometem seriamente a continuidade da espécie (como as práticas agrícolas, a caça e a presença de cães e gatos vadios, para além das doenças), pelo que a criação de coelhos pode ser um dos melhores métodos para garantir a existência prolongada destes animais.

Quintas recriam habitat natural dos coelhos

Existem quintas em Portugal, como a Quinta dos Penedinhos, que recriam rigorosamente o habitat natural do coelho-bravo, apresentando condições únicas para a manutenção da espécie, em termos de soluções no maneio dos animais, de práticas de gestão sanitária e de conhecimento efetivo do animal.

Com serviços de repovoamento de coelho-bravo e com alvarás para a criação de coelhos, esta quinta apresenta condições únicas para os seus animais, apresentando características corporais muito bem definidas, capacidades velozes de fuga em zigue-zague e de enfiamento, o que os revela adequados para projetos de repovoamento de zonas de caça – por forma a dar resposta, de um modo totalmente sustentável, à apetência que existe por este animal na comunidade de caçadores.

 

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