Aquivos por Autor: Patrícia Tavares

A proteção da perdiz depende de todos nós!

Se é um apaixonado por espécies cinegéticas, nomeadamente pelas aves mais raras, sabia que não tem necessidade de ir para junto de uma estrada e «fazer figas» para que uma perdiz vermelha faça a sua aparição? Há quintas que se dedicam a criar condições para que a espécie viva em ambiente natural e seguro e que costumam programar visitas aos locais onde é possível apreciá-las.

perdiz vermelha integra o programa de gestão cinegética e é possível encontrá-la em qualquer ponto do país, durante todo o ano.

A perdiz vermelha está bem distribuída por todas as regiões

perdizperdiz pode ser observada nas serras de Fafe, da Estrela, Miranda do Douro, estuário do Tejo, barragem da Póvoa, entre outros locais. No caso da perdiz vermelha, esta espécie vive em grupo. Por essa razão, é um alvo fácil para caçadores, que encontram estas aves em várias localidades, podendo colocar, assim, em causa a sua sobrevivência.

Por esta razão, centros como a Quinta dos Penedinhos dedicam-se à gestão e preservação da perdiz vermelha, propiciando o seu habitat natural para que no futuro a sua atividade cinegética não fique comprometida. Estas entidades têm visitas guiadas no âmbito da sua política de educação ambiental e sensibilização para a preservação das espécies.

A perdiz é uma espécie gregária, pois anda em bando, sobretudo a partir do fim da primavera e até ao início do Inverno.

perdiz vermelha tem um aspeto arredondado e várias cores. O topo da cabeça é cinzento e tem uma faixa branca que contorna os olhos e vai até à barra peitoral. A garganta é de cor creme e tem uma faixa branca. Os pés e bico são vermelhos.

As zonas agrícolas, com pontos de água e próximas de áreas florestais, são as áreas preferidas para se alimentarem. Outra curiosidade interessante é que recorrem ao mimetismo como arma de defesa. Como o voo é relativamente baixo e curto, devido ao seu peso, não é muito usado para fugir. Os maiores predadores da perdiz são a raposa, o gato-bravo, o javali e algumas aves de rapina. Também os animais domésticos, como cães e gatos, gostam de atacar os ninhos da perdiz e acabam por arrasar ninhadas inteiras.

A ação do ser humano também não tem contribuído para a renovação da espécie, pois é comum os agricultores destruírem involuntariamente alguns ninhos durante a sua atividade agrícola, devido ao uso dos tratores e outras máquinas por ocasião do corte das sementeiras.

Nesta espécie, o macho é um elemento muito importante, pois defende o território onde se encontra instalado o ninho. De destacar que a perdiz é uma ave monogâmica que gosta de percorrer zonas agrícolas planas e com pouca vegetação para avistar os seus predadores. Também as zonas de caminhos rurais e muros com vegetação são excelentes abrigos e locais férteis em alimento. Daí, ser possível encontrar perdizes, nomeadamente a perdiz vermelha em zonas mais movimentadas, longe das reservas naturais.

No caso português, a preservação da espécie ainda está em valores normais. Para tal, muito tem contribuido a ação de proprietários e associações de caçadores e outros dedicados a conservar o habitat da perdiz vermelha e a controlar a pressão cinegética sobre esta espécie, não esquecendo os centros de criação de perdiz vermelha de qualidade com competências evidenciadas na área do repovoamento.

Criação de coelhos é fundamental para assegurar espécie

Sabia que o coelho-bravo é uma espécie ameaçada e que tem que ser preservado? De acordo com o Diário Digital, no ano passado, um vírus hemorrágico estava a dizimar a espécie na zona de Bragança. “Está-se a chegar a uma fase de tal maneira preocupante que se não houver uma intervenção rápida de quem tem a obrigação de zelar por este património riquíssimo que é fonte de riqueza, o coelho pode ser uma espécie em vias de extinção”, alertou a Federação Nacional da Caça, apelando a uma maior preocupação com a criação de coelhos.

Também conhecido por coelho-europeu ou coelho-comum, trata-se de um mamífero que apareceu na Península Ibérica e que se divide em duas subespécies, Oryctolagus cuniculus cuniculus e Oryctolagus cuniculus algirus. Esta última pode ser encontrada nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, bem como em locais dedicados à criação de coelhos.

coelho-bravo é muito importante no contexto da fauna portuguesa, pois integra a cadeia alimentar de alguns predadores, como o lince ibérico. O facto de estar em vias de extinção e de ter um papel fundamental nos habitats, confere a este coelho o estatuto de animal que carece de cuidados especiais.

Existem centros de criação de coelhos que asseguram a sua preservação e renovação.

criação de coelhoEntre as várias espécies de coelhos, o bravo é aquele que tem uma maior função na cadeia alimentar da vida selvagem. O coelho-bravo tem um comprimento médio de 40 centímetros e em adulto pode pesar entre 1 a 1,2 quilogramas. Curiosamente, no caso deste coelho, a fêmea é ligeiramente mais pesada e maior que o macho. A sua cauda tem um formato de tufo.

Quem faz criação de coelhos sabe que eles gostam de se abrigar em florestas e alimentam-se em pastagens e terrenos agrícolas. A sua atividade é sobretudo noturna, altura em que se alimentam e percorrem o mato. Durante o dia, preferem os esconderijos ao abrigo dos predadores.

O coelho-bravo é uma espécie fundamental para as cadeias alimentares de diferentes predadores.

Apesar de viverem em colónias, os coelhos-bravos podem ser considerados em vias de extinção. Daí existirem centros e zonas naturais criadas especificamente para proteger esta e outras espécies. Nestes espaços são implementadas as condições para que consigam viver em colónia, resguardando as múltiplas tocas e os recursos alimentares. Aliás, a comida é a única razão pela qual os coelhos se envolvem em lutas, sendo que a taxa de mortalidade é elevada. No entanto, a capacidade de reprodução também é muito alta, assegurando assim a continuidade das colónias.

Ainda como causa da mortalidade e, naturalmente, de ameaça à espécie é apontada a desmatação dos terrenos, bem como a caça, que tem uma especial predileção por esta espécie de porte pequeno. A tudo isto acrescenta-se as doenças que costumam afetar o coelho. É por isso que a criação de coelhos faz-se cada vez mais em zonas delimitadas e protegidas.

Em Portugal, à semelhança do que acontece na Europa, o coelho-bravo está classificado como espécie quase ameaçada e tem sido feito um enorme trabalho no sentido de recuperação do seu habitat natural.

Procure centros cinegéticos que se dedicam à gestão do habitat e vigilância das colónias de coelho-bravo. Nesses locais pode apreciar esta espécie cinegética e ver como a criação de coelhos é desenvolvida, com vista à reintrodução no seu ambiente natural.