Aquivos por Autor: Alda Castro

Sobre Alda Castro

Experiência profissional actual: - formadora profissional nas áreas da Comunicação e do Marketing - directora de consultora de comunicação - redatora do site www.escrever.com Experiência profissional anterior: - Directora executiva de consulta de comunicação (4 anos) - Account de consultora de comunicação (4 anos) - Jornalista freelancer de imprensa e rádio (5 anos) Formação Académica: - Doutoramento em Comunicação Social - Pós-graduação em Comunicação de Gestão de Crises - Licenciatura em Comunicação Empresarial Formação complementar: - curso de guionismo - curso inicial e avançado de escrita criativa - curso de escrita ficcional - atelier de imprensa do Cenjor

Período de caça à perdiz inicia em Outubro

Tem lugar já no próximo dia 16 de Agosto de 2015 a abertura da época geral de caça: Pato-Real, Galeirão, Galinha d’Água, Pombo-Bravo, Pombo-Torcaz e Rola-Comum. A caça à perdiz só mais tarde, a partir de 01 de Outubro p.f.. Nesse sentido, a Portaria n.º 142/2015 de 21 de maio já deu a conhecer o calendário venatório, que dita as espécies cinegéticas às quais é permitido o exercício da caça e que fixa os períodos e os trâmites regulados para a épocas de 2015-2016. No entanto, a caça à perdiz é muito mais do que um conjunto de regras e técnicas, envolvendo uma sensibilidade e um conhecimento que se pretendem profundos por parte de quem se dedica a esta atividade que é conhecida como um desporto, mas possui também uma importante vertente gastronómica e económica. É, precisamente por isso, importante perceber que a caça à perdiz deve ser realizada de forma sustentada, tendo em conta que, segundo a Ecology Letters, nas últimas três décadas a Europa perdeu cerca de 421 milhões de aves, o que pode representar uma grave deterioração nas infraestruturas animal e ecológica.

Redução de aves pode condicionar agricultura e economia

caça a perdiz

Este é um tema cada vez mais debatido junto do universo de caçadores, alertando-os seriamente para a necessidade de qualquer rotina de caça seja realizada com total respeito para com a sustentabilidade animal e ambiental. Isto porque a redução de aves que se tem verificado nos últimos anos pode trazer fortes consequências ao nível da agricultura, da economia e do comércio gastronómico, o que pode acarretar sérios problemas a nível nacional, sobretudo numa altura em que o país já se encontra fortemente abalado pelas contingências económicas que se instalaram nos últimos anos.

Trata-se, portanto, de um problema que, para ser prevenido, implica uma verdadeira consciencialização da comunidade de caçadores acerca da preservação dos ecossistemas e da prática de caça responsável, sobretudo junto de espécies que, como a perdiz vermelha, reúnem especial interesse por parte dos praticantes desta atividade.

No entanto, e por enquanto, a caça à perdiz continua a servir de palco a uma fatia do crescimento económico, não só com as lojas e os restaurantes que comercializam esta ave, mas também através das inúmeras feiras que, no final de cada ano, se realizam de norte a sul do país. Exemplo disso são a Feira da Perdiz, realizada em Martim Longo, e o Festival Gastronómico, que se realiza no Marvão, que todos os anos recebem milhares de visitantes e de apaixonados por esta ave em particular.

É ainda importante perceber que, a par da caça à perdiz realizada de forma sustentável, é essencial que as empresas de criação de perdiz vermelha garantam a continuidade da espécie e do consequente desenvolvimento da atividade em Portugal.

Portugal aposta num rigoroso sistema de criação de perdiz?

Pode de facto considerar-se que em Portugal existem unidades que desenvolvem de forma altamente sustentada a criação de perdiz vermelha (Alectoris rufa). Pode referir-se, a título de exemplo, o moderno centro cinegético localizado na Quinta dos Penedinhos, que dispõe de 10 parques de voo instalados numa propriedade com aproximadamente 10.000 m2 e que revela excelentes condições para a produção de perdizes vermelhas. Neste centro cinegético, as perdizes que completem 12 semanas são transferidas para os parques de voo, onde treinam a capacidade de voo até estarem aptas para as ações de repovoamento das zonas de caça e/ou largadas.

A criação de perdiz consegue, assim, ser uma excelente forma de promover a sustentabilidade venatória e económica – o que se reflete numa enorme fonte de receita fiscal para os países em que – como acontece com Portugal – a caça à perdiz constitui uma das maiores motivações dos caçadores. Isto sem esquecer a importância que este tema tem também a nível da indústria, do comércio, da restauração e da hotelaria, já que todos os anos são servidos milhares de refeições que têm a perdiz como o “ingrediente rei”.

Por isso, se a caça à perdiz é uma atividade que desperta o seu interesse, imponha o máximo cuidado e responsabilidade para com a sustentabilidade da prática. Porque em cada disparo pode estar um tiro no futuro.