Criação de perdizes: em defesa dos recursos naturais

A criação de perdizes e a conservação natural

criação de perdizesO desporto de caça, em tempos amplamente desligado dos ecossistemas em que se dava, mudou profundamente de paradigma e é hoje um pilar fundamental da conservação da vida selvagem e protecção do meio ambiente. A criação de perdizes vermelhas, levada a cabo na Quinta dos Penedinhos, é por isso uma actividade central à aliança entre os caçadores mais exigentes e a protecção dos ecossistemas em que actuam.

O desenvolvimento urbano e a exploração dos recursos naturais também ameaça os habitats das diversas espécies de aves, um pouco por todo o mundo: o U. S. Geological Survey estima que nos próximos 60 anos, as perdizes percam cerca de 30% dos seus territórios de reprodução.

Em tempos passados, o excesso de caça também chegou a ameaçar as perdizes em alguns países, incluindo na Inglaterra, tornando as empresas de criação de espécies de caça uma parte integrante no esforço de preservação dos recursos naturais. Sem este tipo de actividade, muitas espécies teriam dificuldades acrescidas em manter o seu número.

Tratam-se de animais relativamente vulneráveis, que se caracterizam por uma elevada taxa de insucesso na reprodução. Tal deve-se às características dos seus ninhos rasteiros e abertos, altamente vulneráveis a outros predadores e aos longos períodos de incubação dos ovos. A criação de perdizes e outras aves de caça assume por isso um papel fulcral na manutenção dos números de aves, oferecendo aos desportistas uma prática regulada e em equilíbrio com a protecção dos terrenos e comunidades animais locais.

Na Quinta dos Penedinhos, a criação de perdizes passa por diversas fases, incluindo um estágio em parques de voo de 140 metros de comprimento, onde as aves encontram as condições ideais para aumentarem as suas capacidades, tornando-se aves altamente competitivas e de características superiores.

Saiba mais sobre a perdiz vermelha

quinta dos penedinhos - criação de perdizesA criação de perdizes em Portugal centra-se numa das espécies mais procuradas pelos caçadores nacionais, a perdiz vermelha, também chamada de “perdiz francesa”, ou perdiz de patas vermelhas. Efectivamente, em pleno século XVII, com as reservas de perdizes indígenas em queda, esta espécie foi introduzida em Inglaterra, daí o seu nome, para a distinguir das inglesas, de características bastante diferentes.

A perdiz vermelha é uma ave de plumagem bela e das espécies mais exigentes para os caçadores, uma vez que, apesar do seu porte médio, a sua camuflagem é extremamente eficaz entre a vegetação onde habitam. São facilmente identificáveis pelo dorso de cor castanha uniforme, e pela cabeça pontuada pela risca branca sobre a risca preta que cobre os olhos.

O queixo é branco e possui um colar negro que se divide em estrias negras na zona do peito, enquanto os flancos são pontuados por penas em listas castanhas, pretas e brancas. Como o nome indica, o bico, as patas e as pálpebras são de  cor vermelha.

Folhagem, raízes e sementes diversas, são a sua principal dieta, embora durante a alimentação das crias consumam frequentemente insectos. Por isso os seus locais predilectos para nidificação são as zonas de terra arável, principalmente aqueles terrenos em utilização, as charnecas e as sebes, mas a maior particularidade destas perdizes é que é frequente a fêmea construir dois ninhos, colocando ovos em ambos.

Um dos ninhos fica ao cuidado do macho, enquanto o outro fica ao cargo da fêmea. Trata-se de uma característica que surge em resposta à já mencionada alta taxa de insucesso na nidificação deste tipo de aves, mas que não é isenta de riscos, uma vez que o primeiro ninho fica geralmente sem vigilância durante a construção do segundo. Os seus ovos são igualmente fáceis de descobrir, uma vez que os progenitores não procuram camuflá-los.

Uma vez as crias eclodidas dos ovos, caracterizam-se por serem nidífugas ou precociais. Ou seja, nascem já com um amplo grau de independência, com plumagem, e são capazes de abandonar o ninho muito cedo após o nascimento. As ninhadas permanecem no entanto juntas até à próxima época de acasalamento.

Com os seus habitats ameaçados e a sua sobrevivência desafiada por outras espécies, a criação de perdizes é cada vez mais uma actividade feita em benefício do ambiente e dos desportistas mais conscientes do seu papel na manutenção dos recursos animais nacionais.

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